Thursday, April 8, 2010

a árvore da minha janela (2)


tu e o deserto
cansado de ser objectivo
observo-te
mais uma vez ela germina
tu não

no teu pesar
estão as infinitas luzes da farinha
ao trocar os olhos

pensas mais do que existes, pois
e depois os homens
tantos e tão poucos
nenhum

os pianos defecam
coisas sem saída
o pc não fala
e não posso ir lá
onde as raízes se perderam

falas com Ele também
no teu soturno mal estar
aquele sorriso dois
mil seiscentos e vinte e um

ele, aquele, alguém
podia
só estar
comigo
aqui

para ele
para mim
para nós

a minha alma fere-se de corpo
nunca soube
porquê

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