Tuesday, December 25, 2012

no

consider me english
I am not
consider me here
that I am
consider me
just

what a crumble juice
no swallow
not even a gost tree
thats me
somehow mistaken
dumb

shall I fall in the sea
no gasp
no rim in my ass
that fish aside
no awareness
what else

and leave
I want
the stressful living
abroad
when you just don't want
or can
to wake up 
 

Tuesday, December 18, 2012

esse tu

se e quando os beijos são bons porque não dá-los
ainda
se pudermos ser felizes por um momento devemos ser
mesmo sem saber o que a felicidade quer dizer
um momento é uma coisa inevitável
mas não o que fazer com ele
é mentira que qualquer momento não tenha tempo
afinal uma foto qualquer dura o tempo de um olhar
do que fica desse olhar
e o rasto impresso do desconsolo  do não estar lá dentro

mais uma vez o tempo me engana
como me enganam os sonhos e o gostar de ser enganado

como ser o momento?
essa altura que despoleta os sentidos e que nos guia sem volante
somos então o que quisermos e o que nos querem
entre esses momentos somos momentos entediados que nos fazem passar pelo que não somos
onde não encontramos respostas nem soluções

como um vagueio sem sentido com saudades tuas
mesmo sendo esse tu a indiferença de não ter ninguém

ainda assim queria ter o teu momento

empresta-mo

Sunday, November 25, 2012

esperança

a esperança

essa puta desapareceu
rastilho de sonhos, ás vezes enraivecidos
sumiu
já não sei o que me resta
a par de outras diatribes, contava com ela
para me situar

adoemesto-me agora da fonte da merda
sem eira
o declínio já assumido
o caule que já não dá folha
e esta noção de magoar tudo e todos

empresta-me uma vida
para os próximos cinco minutos

a dor já é benvinda
que se foda
estou vivo na consciencia intraquila de não o querer

queria apagar-me

Tuesday, October 9, 2012

tempos agrestes

o estrago feito em mim
tornou-se pandémico
como quem sopra uma faulha que não caia na cabeça
como se já não fosse desprezivel olhar-me
encaro com horror o colapso da salvação impossível
e
assim
o amor moi mais

não, não queria interferir
deixar o amor doer fica em mim
eu aguento
ou se não aguento não digo
e não afecta os amores meus
ingenuidade macabra que teimou em ficar mesmo depois do inicio
 e
assim
arruino o plano das vaidades

como numa vacina
não olho o braço picado
descubro um ponto de parede
e lambo a ferida interinamente
sorrio para descompor a dor
e
assim
amalgo a treva turva

não te penses mais
como na guerra
tudo é desconforto
e,como muitos, entras nela por saberes que perdes
à sombra da batalha que ganhas
e
assim
deixas a dor na vitória

pobre da ideia
do dia em que podias ser triste
sem espalhares a tristeza
não porque escolheste ser triste
mas porque o negro esvaiu-te
e
assim
do branco choraste

Tuesday, July 17, 2012

voltar aqui

voltar aqui
agora no lugar onde o sonho parece ter parado
leio o ente que fora de antes
do dia do não
último

vejo a imagem do passado
e não realizo como pude mudar assim
pareço vergado a um ente poderoso
essa Blimunda que leva as vontades
impune

arrasa esta noção de deixar de sentir
de não encontrar o eu que era eu
numa lobotomia absurda
como quem ensurdece numa frequência
repetida tanto, mas tanto
que já não interessa que se ouça ou não
como melhor seja
ficar surdo

olha
dobraram-me
e eu não quero saber
ficar direito tornou-se uma alquimia

nem sei que faça agora
nem o que quero que se faça
de mim

perdi esse interesse
também

Monday, January 23, 2012

da minha vida

vejo-te, traduzo-te
num olhar
como se fosses cipreste
nos ramos da tua mente luzidia
desemboco, na minha parábola
o teu gesto enjeita
o meu sonho

tudo o que tinha em limbo
renasceu
nesta membrana química
do olhar

além do mar está o sal
do sonho
esse reviver da saudosa génese
os anos compridos
cumpridos

e o que me sai da cabeça
e da tua
milagre escondido de mim
milagre comprometido de ti

o amanhã será hoje
no intricado da semente
que produz o algo
sem degenerar

pouso os ouvidos
na música que me surpreende
sem mesmo saber
que são os meus dedos
que teclam

já a conversa vai longa
durmo no seio do teu respiro
e
descanso
flor do meu sal