Monday, January 23, 2012

da minha vida

vejo-te, traduzo-te
num olhar
como se fosses cipreste
nos ramos da tua mente luzidia
desemboco, na minha parábola
o teu gesto enjeita
o meu sonho

tudo o que tinha em limbo
renasceu
nesta membrana química
do olhar

além do mar está o sal
do sonho
esse reviver da saudosa génese
os anos compridos
cumpridos

e o que me sai da cabeça
e da tua
milagre escondido de mim
milagre comprometido de ti

o amanhã será hoje
no intricado da semente
que produz o algo
sem degenerar

pouso os ouvidos
na música que me surpreende
sem mesmo saber
que são os meus dedos
que teclam

já a conversa vai longa
durmo no seio do teu respiro
e
descanso
flor do meu sal