Monday, November 28, 2011

rainer (2)

ontem como hoje
 na saudade infinita
 lugar esse que só cabe
 na música
 no piano quebrado
 no que ficou para nós
 no que não deixaste morrer
aqui



Thursday, November 3, 2011

quando se abre uma porta

isto vai de um folego só.
vai para um mês resolvi procurar outros sítios para jogar bilhar, estava farto de ir ao mesmo sítio que só tinha uma mesa, má, e muita confusão. também por ter começado a jogar melhor, poucas ou nenhumas pessoas queriam jogar comigo. fui portanto parar a um pub que já conhecia, que tem música ao vivo muitas vezes e é frequentado por gente de muitas origens diferentes mas relacionadas com a arte de uma forma que eu desconhecia. meti-me a jogar com vários jogadores bons, e o meu bilhar cresceu muito e depressa. desse pub vim parar a outro mais calmo, quase na porta ao lado onde os clientes têm uma equipa que joga contra outros pubs às quintas-feiras. depressa fiquei a conhecer toda a gente e a jogar regularmente com eles. convidaram-me para a equipa mas tive que recusar por imcompatibilidade de horário. no restaurante começo sempre às 11, páro às 3, recomeço às 6 e acabo quando acabar. depois de acabar no restaurante acabo depois por ir jogar um pouco de bilhar e retorno normalmente ao pub primeiro, uma vez que o pub segundo fecha cedo. vai para umas 3 semanas deparo-me com uma jam session com bons músicos, fiquei com os dedos a ferver e depois de perder o medo pedi para tocar. foi como uma bomba, não sei o que se passa comigo mas parece que toda a música que me apetece me vem aos dedos. aquilo foi uma loucura, mas só deu tempo para uma jam de 10 minutos porque já era tarde. o baterista, Jonathan, que organiza aquilo pediu-me imediatamente o meu contacto e desde então somos amigos. continuei portanto a ter uma certa rotina de ir àquele pub e quando estou de folga vou ao fim da tarde para o outro jogar com toda a gente. o pub primeiro tem um piano em ruínas onde de vez em quando amigos me pedem para tocar, fazemos sempre uma festa com algumas canções. foi aí que conheci o Rob, actualmente o meu único aluno de piano e amigo muito próximo. este domingo cheguei um pouco cedo e não tinha com quem jogar, o Rob tinha cá a namorada e como tal não foi jogar comigo. fiquei no bar a conversar com a maneger, muito simpática e resolvemos ir fumar um cigarro lá em baixo. palavra puxa conversa e disse-lhe que ia voltar a tocar na quarta na jam session, pergunto-lhe se por acaso já tinha ouvido a minha música, ela disse que não, pergunto se queria ouvir, ela disse que sim, puxo do meu blackberros, auscultadores e dou-lhe a ouvir o "to you". ao nosso lado na mesma mesa estavam 5 pessoas sentadas a conversar. enquanto ela ouvia, ia dizendo, que bonito, coisas assim, e o homem que estava ao lado dela resolve começar a fazer-me perguntas, tocas piano? sim, é a minha música; compões portanto; sim componho. ela resolve tirar os auscultadores passalos ao homem e diz; tens que ouvir isto. ele começa a ouvir e diz; és tu? sou; a tua música? é; compuzes-te isto? sim; sabes que eu podia vender a tua música? sabes quantas pessoas já me disseram isso, umas 10; mas eu sou dono de uma editora e de um estúdio. a música acaba e eu pergunto; queres ouvir mais? quero; ok, esta é com orquestra, (imaginação - do disco "O Silêncio das Esferas"). ele começa a ouvir e chovem perguntas, que orquestra é esta? sou eu com samplers, ao piano e o Olavo na flauta; mais perguntas e no meio comentários como; brilhante, inacreditável, onde estavas no 25 de abril, etc, entretanto os outros já morriam de curiosidade de forma que o blackberros percorreu a mesa toda, com todos a olhar para mim como se eu fosse um bicho raro numa jaula. a conversa continua e ele salta com o cartão da editora e diz, quero assinar contigo, a minha vida toda foi procurar pessoas como tu, eu vendo discos aqui, na américa na austrália , em todo o mundo.
o meu dia parou ali, fui chorar à casa de banho e consegui disfarçar, depois de uma conversa com mais alguns detalhes, resolvemos divertir-nos. jogamos bilhar, pusemos música na jukebox como num qualquer desafio, bebemos umas cervejas, rimos, cantamos, fizemos uma festa como se fossemos amigos de toda a vida. eram 11 da noite quando ele me disse; tenho que ir, este foi o meu único dia de folga de hà um mês a esta parte e amanhã volto para a loucura de ter uma editora. as três últimas frases foram, e cito; gonna put you playing everywhere, we're gonna have good times, e-mail me your links. assim fiz, mandei os meus videos e a música que está no myspace. aguardo agora que ele agende uma reunião no estúdio dele dentro das disponibilidades mútuas. como se não bastasse ontem, quarta-feira, lá fui eu à jam session, desta vez mais cedo porque no restaurante tudo vai tão bem que me disseram para ir mais cedo que acabavam tudo por mim para eu poder ir tocar. vou lá tocar no dia de natal, para essa família maravilhosa que fiz quando me foram buscar ao antigo restaurante. 
a jam. chego lá, já estavam a tocar, o jonathan veio ter comigo e disse-me para não tocar logo, estava à espera de uns músicos especiais para tocarmos juntos. fui, claro, jogar bilhar enquanto esperava. quando voltei, estavam a tocar uns músicos bastante bons, mas um saxofonista único, de arrepiar todos os pelos do meu corpo. o Jonathan chamou-me no fim desse tema e pedi-lhe para deixar o baixista, muito bom. sentei-me ao piano e comecei uns acordes para controlar o som do piano, o saxofonista, Paul, vira-se para mim e de imediato tocamos um tema juntos como num sonho, depois foi o resto da noite numa viagem inacreditável. no fim o Paul abraçou-me no palco e eu retribui os abraços.
já me telefonou hoje, vou a casa dele no domingo. 
tocar

desculpem este lençol, podem ler na diagonal. falta aqui muita coisa mais por isso volto depois quando puder


 o pub primeiro chama-se The Hobbit